A Caxias italiana para os italianos
Plínio Mioranza*
A CIC – Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul, com seu presidente Milton Corlatti, o vice-presidente da Indústria, Carlos Heinen, e o presidente do Conselho Superior, Marcus D’Arrigo, liderou a missão para a Itália, juntamente com vários presidentes e representantes de Sindicatos Patronais de Caxias do Sul e da Região, acompanhados também por empresários. Além da força produtiva, integraram a comitiva, o vice-reitor da Universidade de Caxias do Sul, José Carlos Avino, acompanhado pela esposa, o representante da Câmara de Vereadores, Alencar Tavares, e o representante da Prefeitura de Caxias do Sul, Rodrigo Colognese. Deu peso à comitiva, a presença dos presidentes do Fitemasul, Gilson Tonet, do Sindicato das Refeições Coletivas, Gilmar Gomes, do representante do Simplás, Remo Boff, e do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes, Nestor De Carli. Integraram o grupo o empresário Armando De Zorzi, a empresária Rosângela de Lima Gomes e o diretor Jurídico da CIC, Zulmar Neves.
O grupo tinha como objetivo apresentar “O Caso de Sucesso de Caxias do Sul” para empresários italianos na Embaixada Brasileira em Roma. A comitiva realizou um bem montado programa de encontros em Pádova e Pésaro, organizado pela Copagnia delle Opere (CDO), atora de fortes relações sociais, industriais e comerciais com o Brasil, sob o comando de Stefano Fabbrini, diretor do Ufficio Estero da Mattioli S.p.A. Em Roma, a organização estava sob a batuta da Embaixada Brasileira comandada pelo embaixador Adhemar G. Bahadian e organizada pelo Studio Legale Noronha Advogados, de Durval de Noronha Goyos. A estrutura montada para o contato direto com o empresariado teve todas as condições para futuros feitos comerciais.
O primeiro encontro, em Pádova, foi na Cooperativa Sociale Giotto. O presidente Nicola Boscoletto apresentou o programa de como se recupera o homem privado da liberdade perpétua. Um programa da iniciativa privada, ensinando o Estado a regenerar pessoas para um mundo novo, já que na sociedade elas não podem mais pertencer pelo próprio destino de condenação perpétua. É um projeto piloto bem-sucedido; um caso único de sucesso comprovado e vigente. Há no projeto uma profunda presença inovadora, baseada na pessoa. O projeto faz a leitura de que condenável é o ato praticado pelo detento e que a pessoa é passível de regeneração. Aplicam a tese de Santo Agostinho: “El judice persegua i pecati, non i pecatori”. Teremos desdobramentos futuros nesta área em Caxias do Sul, envolvendo as forças vivas da cidade.
O encontro empresarial no Caffè Pedrocchi – o famoso “Café Senza Porte” - foi de contato direto, programado pelas autoridades da Região do Vêneto, da Prefeitura de Pádova e da Câmara de Indústria e Comércio da mesma cidade. Enquanto isso a Universidade de Pádova abria as portas ao vice-reitor da UCS para contatos em nível de reitoria. Foi aproveitada a oportunidade para encaminhar, em forma liminar ao prefeito de Padova, o pedido de trazer a Réplica da Capela dei Scrovegni de Giotto para Caxias, numa operação conjunta das duas cidades irmãs. Seria uma oportunidade única de a população da Região ver a obra magistral de Giotto.
Em Pésaro, a visita na indústria de equipamentos para bares e restaurantes interessou pela perfeição e o acabamento dos produtos e de como atua uma empresa com forte traço horizontal. Foi em Pésaro que a CIC marcou posição de um intercâmbio mais estreito e contínuo com empresas da Serra Gaúcha, por meio da participação em feiras e de contatos comerciais já programados. Os contatos diretos aconteceram também com os empresários da Região. A Universidade de Urbino também escancarou as portas ao vice-reitor para colóquios acadêmicos e administrativos.
De passagem por Assis, a caminho de Roma, a parada foi obrigatória. É um lugar de encher os olhos. Em Roma, a convite da Embaixada Brasileira, a comitiva teve um encontro com autoridades do mundo econômico, investidores e de experts em comércio exterior, para ouvirem os três casos de sucesso: a Fiesp apresentou São Paulo e seu poder industrial e econômico; a empresa de máquinas de acondicionar suco de laranja apresentou sua joint-venture, realizada com empresa do interior de São Paulo; e a CIC e os sindicatos mostraram “O Caso de Sucesso de Caxias do Sul”. Um caso único de crescimento no mundo com índices excepcionais. O presidente Corlatti fez a abertura, mostrando as oportunidades existentes na Serra Gaúcha, com tradução seqüencial.
A apresentação de Caxias do Sul foi realizada por mim em linguagem condizente com o público presente. O empresariado italiano lotou o auditório clássico da Embaixada. Um vídeo de oito minutos completou a apresentação, onde a platéia reagiu emocionada ao ver e ouvir os números conquistados em l30 anos de história de um povo que se identificava com eles. Os números frios foram apresentados juntamente com os feitos e as aventuras dos imigrantes, tocando um público atento. Os presentes se viram diante de um espelho, estavam se vendo, eles mesmos, nos números e nas fotos cravadas no telão. Este mesmo público sucumbiu sob o peso da própria emoção. Concluímos que há ainda platéias que vibram com o sucesso dos seus iguais em outras partes do mundo. Poderíamos classificar a apresentação de Caxias do Sul em Roma como - O Sucesso de Caxias do Sul na Cidade dos Césares.
*Diretor de Negócios Internacionais da CIC
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