Arcebispo Carlo maria Viganò

A verdadeira liberdade é a capacidade de agir dentro dos limites do Bem

Mensagem do Arcebispo Carlo Maria Viganò para a manifestação contra as medidas sanitárias na Suíça.

Queridos amigos, muitos de vocês nunca teriam pensado que a Suíça acabaria por seguir a Itália e outras nações na adesão supina aos ditames da elite, mesmo em matéria de emergência pandêmica. De fato, sua Confederação já está bem à frente de outros países no caminho da globalização, e a marca da Nova Ordem Mundial está muito marcada na vida das grandes cidades suíças. E assim como a Suécia foi poupada dos bloqueios e das máscaras, poder-se-ia acreditar que também na Suíça as medidas de suposta contenção do contágio teriam adotado o modelo fracassado do qual a Itália é antes um exemplo trágico. Por outro lado, como o Fórum Econômico Mundial tem sua sede em Davos, alguns de vocês poderiam esperar que Klaus Schwab os tivesse impedido de experimentar em primeira mão o que aguarda toda a humanidade, a Grande Reinicialização [1] a ser concluída, compartilhada pela ONU com o nome de Agenda 2030. [2] E ainda, se você pensar no que foi mostrado a você em 1º de junho de 2016, com a inauguração do túnel do Gotardo, você deve ter uma ideia sobre os princípios inspiradores da Nova Ordem Mundial. [3]

Você está aqui hoje para protestar contra o endurecimento das medidas sanitárias e de controle, adotadas pelo Governo Federal Suíço com o pretexto da chamada pandemia. O que está por vir para a Suíça, como você sabe, foi adotado total ou parcialmente por outras nações, incluindo a Itália. A discriminação contra os não vacinados já é uma realidade em muitos países, assim como o rastreamento dos cidadãos por meio do passaporte vacinal, a suspensão salarial para quem não se sujeitar ao controle e a possibilidade de o poder público legislar em derrogação leis ordinárias e da Constituição.

Mas deixe-me fazer algumas perguntas a vocês.

Você está protestando por uma limitação de suas liberdades constitucionais, ou porque você percebe que essas primeiras medidas de controle são apenas o primeiro passo para um cancelamento progressivo de sua liberdade individual, absorvida por um Estado / Médico que decide por você como tratá-lo, de um Estado / Mestre que decide se e quando você pode sair de casa, trabalhar, ir a um restaurante e viajar?

Você está se manifestando contra o passe verde e ainda aceitando a narrativa sobre a pandemia e as vacinas, ou você percebeu que essa farsa colossal é baseada em um vírus produzido em um laboratório que se espalhou para criar uma pandemia de emergência que daria um pretexto para colocar toda a humanidade sob controle?

Você foi para a rua porque te incomoda ter que escanear seu código QR para entrar no seu escritório ou fábrica e ainda assim foi inoculado com o soro genético experimental, ou você percebeu que as chamadas vacinas são ineficazes, o risco de graves efeitos colaterais adversos de longo e curto prazo, e que os laboratórios farmacêuticos que o estão usando como cobaias não se responsabilizem e que, se você ficar doente ou morrer, eles não terão que pagar nenhuma indenização ou responder criminalmente perante qualquer tribunal?

E por último: Você decidiu protestar porque a liberdade de não ser submetido ao controle de saúde é a mesma liberdade em cujo nome você acredita ter o direito de matar crianças no ventre materno, idosos e enfermos em suas camas de hospital? É a mesma liberdade que legitimaria as uniões homossexuais e a teoria de gênero? É esta a liberdade para a qual você apela? A liberdade de ofender a Lei de Deus, de blasfemar Seu Nome, de violar a lei natural que ele escreveu no coração de cada ser humano?

Porque se o que você quer é apenas ser livre para fazer o que quiser, sua manifestação não faz sentido: são eles mesmos que falam com você sobre igualdade de gênero, direito à "saúde reprodutiva", eutanásia, barriga de aluguel e liberdade sexual que hoje prendam a todos, decidindo o que é certo para ti em nome do "teu bem", da saúde pública ou da proteção do planeta. São eles que em breve combinarão o passe verde com o seu ID digital, com a sua conta corrente, com a sua posição fiscal, salário, segurança social e estado de saúde e, ao fazê-lo - para "seu próprio bem" - poderão decidir se você pode trabalhar, viajar, ir a um restaurante, comprar um bife ou melhor, alguns insetos.

Essa liberdade fez você acreditar que é "livre", enquanto aqueles que querem seus servos obedientes deixam você correr esticando a guia, dando-lhe a ilusão de poder fazer o que quiser, de ter "direito" de fazer um aborto para viver contra os preceitos da moral natural e cristã, para ser capaz de se comportar como se Deus não existisse, como se você nunca tivesse que se apresentar a ele no dia do julgamento.

Mas isso não é liberdade: é licença, é libertinagem. A liberdade de condenar sua alma, certamente não a de viver honestamente e merecer o céu. A verdadeira liberdade, por outro lado, é a faculdade de agir dentro dos limites do Bem, e esta é a liberdade a que você deve aspirar, esta liberdade que você deve reivindicar com coragem e orgulho, esta é a liberdade que "estabelecerá você livre "(Jo 8:32).

A liberdade de escolher não se deixar enganar pelas promessas de quem lhe oferece um futuro melhor eco-sustentável, inclusivo, tolerante, resiliente e fluido de gênero, obrigando-o a comprar apenas os produtos que disponibilizaram na internet, por encomenda almoço e jantar com o delivery, para ser tratado com telemedicina, para acompanhar as aulas no ensino a distância, a não ir para o escritório com o smart working. 

Falo da liberdade de dizer não a quem, ao vislumbrar o progresso no mundo do trabalho e mostrar-lhe com entusiasmo o tempo livre de que se pode usufruir com horas reduzidas, está reduzindo o seu salário, eliminando proteções sindicais, privando-o dos meios de subsistência para manter uma família, obrigando-os a viver em apartamentos cada vez menores, cada vez mais anônimos, cada vez mais nos subúrbios. Diga não a quem primeiro o priva da autonomia do emprego, criando desemprego e eliminando as especializações profissionais, e depois lhe oferece a renda de cidadania com que o escraviza, chantageado por um Estado que decide em que condições você pode trabalhar.

A liberdade que você deve reivindicar é a de não aceitar supinamente a narrativa da mídia, a fraude colossal de toda uma categoria subserviente à elite, empenhada em espalhar mentiras e censurar a verdade, paga para apoiar o poder e suprimir a dissidência; a liberdade de esperar que os jornalistas redescubram a dignidade da ética profissional, da deontologia, e não a infâmia da escravidão da corte a senhores que nunca se contentam com o poder.

A liberdade de expressão que todos vocês devem invocar, e especialmente aqueles que ocupam cargos de responsabilidade ou exercem profissões relacionadas à emergência atual - médicos, paramédicos, policiais, magistrados, políticos - é a liberdade de divulgar corrupção, conflitos de interesse, conivência, silêncio, cumplicidade de um sistema baseado em engano, fraude, terrorismo psicológico e a manipulação da realidade. A liberdade de negar o consentimento de um crime contra a humanidade cometido com determinação implacável.

Podemos nos perguntar se, com a vitória desse referendo de 28 de novembro, algo vai mudar. A Constituição suíça favorece a participação ativa dos cidadãos e dará um forte sinal ao Conselho Federal para desistir de suas intenções. Mas não pense que sua batalha pelos direitos fundamentais termina aqui: o ataque é global e todos devem estar bem cientes da ameaça que paira sobre todos nós.

Não se trata de um confronto em que possamos vencer o inimigo comum apenas com as forças humanas: é uma batalha epocal em que os destinos da humanidade como um todo e de cada um de nós individualmente, no tempo e na eternidade, estão em jogo. É sobre nossa própria vida, nossa identidade, nossa individualidade. E acima de tudo: os proponentes do Great Reset são inerentemente anticristãos e anticristico, porque essa "Nova Ordem" nada mais é que o caos infernal.

Você tem a oportunidade de decidir. Nem tanto se o green pass é ilegítimo, mas se quer renunciar definitivamente ao que resta da tua liberdade, deixando-te impor o pesadelo distópico de uma tirania que hoje é sanitária, amanhã ecológica ou transumana. E que Deus ajude e proteja os Seus.

+ Monsenhor Carlo Maria Viganò

Fonte: Publicado originalmente (em inglês) em Life Site News 

Referências
↑ 1    Cf. O site do Fórum Econômico Mundial: https://www.weforum.org/great-reset/
↑ 2    Cf. O site das Nações Unidas: https://unric.org/it/agenda-2030/
↑ 3    https://www.youtube.com/watch?v=g0B28vi3u8c