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Eleitores elegem oposicionistas para Parlamento Europeu

Os cidadãos da nova União Européia, recentemente ampliada para 25 países, votaram contra a maioria dos partidos governistas nos seus respectivos países, segundo as primeiras pesquisas de boca-de-urna divulgadas hoje, domingo, em eleições marcadas por números históricos de abstenção. Nas eleições para o Parlamento Europeu nos 25 países membros, a média de participação foi de 44,60 por cento, segundo uma estimativa divulgada por esta instituição. Nas eleições anteriores, realizadas em 1999, a taxa de participação foi de 49,8 por cento em uma UE de 15 membros. No caso dos antigos 15 países da UE, a participação foi de 47,7 por cento, enquanto nos dez novos, foi de 28,7 por cento, segundo os dados do Parlamento.

Na Espanha a oposição, desalojada do poder há menos de três meses, não venceu. O Partido Socialista (PSOE), do primeiro-ministro José Luiz Zapatero, foi proclamado vencedor, segundo as pesquisas divulgadas por diferentes meios de comunicação depois do fechamento das seções eleitorais.

Segundo a pesquisa boca-de-urna realizada pela Ipsos Eco Consulting para as televisões públicas espanholas, os socialistas conseguiram 43,4 por cento dos votos, obtendo entre 23 e 26 cadeiras na nova Câmara européia.

O Partido Popular (PP), conservador, conseguiu 39,9 por cento dos votos, o que lhe dá entre 21 e 24 cadeiras das 54 correspondentes à Espanha no PE.

Na Alemanha, o Partido Social-Democrata (SPD) sofreu um verdadeiro descalabro ao não passar de 23 por cento dos votos - uma queda de 7,7 pontos em relação às últimas eleições de 1999, segundo as estimativas da rede de televisão pública ARD.

O vencedor das eleições deste ano é o principal partido da oposição, a União Democrata-Cristã (CDU). O partido do ex-chanceler Helmut Kohl conseguiu entre 45,5 e 46,3 dos votos, um ligeiro retrocesso quanto aos resultados de cinco anos atrás.

Os eleitores castigaram o principal partido da base governista, o SPD, e não o menor, os Verdes, que obtiveram entre 10,5 e 11,5 por cento dos votos, de quatro a cinco pontos percentuais a mais que em 1999.

O Partido do Socialismo Democrático (PDS), herdeiro dos comunistas da Alemanha Oriental, que há cinco anos entrou para o Parlamento Europeu, manteve-se com 6 por cento de votos. Os liberais do FDP, que em 1999 ficaram de fora do PE, voltam a Estrasburgo com outros 6 por cento.

Na França, o partido governista conservador, UMP, sofreu nova derrota, enquanto o opositor Partido Socialista (PS) confirmou sua vitória obtida nas regionais de março, segundo as projeções dos institutos de pesquisa.

O PS alcançou entre 29,9 e 30,9 por cento dos votos, o mais alto nível de sua história nas eleições Européias, contra entre 16,8 e 17,6 por cento dos votos da UMP.

A centro-liberal União pela Democracia Francesa (UDF), de François Bayrou, obteve entre 11,6 e 12 por cento dos votos, em um claro avanço. Já o "soberanista" Movimento pela França (MPF), de Philippe de Villiers, conseguiu entre 7,2 e 7,4 po cento. A Frente Nacional, do ultradireitista Jean-Marie Le Pen, obteve cerca de 10 por cento dos votos.

Na Áustria, o governista Partido Liberal (FPÖ) do populista de direita Joerg Haider, foi o grande derrotado nas eleições européias. O FPÖ caiu para quinta força política, atrás inclusive da Lista Hans-Peter Martin do eurodeputado "rebelde" e vitorioso do dia.

Segundo o resultado de 99,7 por cento dos votos apurados, anunciado pela rede de televisão austríaca ORF-1, a oposição social-democrata obteve 33,40 por cento, enquanto o governista Partido Popular, do chanceler federal Wolfgang Schüssel, recebeu 32,7 por cento.

Na Hungria, a oposição conservadora da Federação dos Jovens Democratas (FiDeSz), do ex-primeiro- ministro Viktor Orban, derrotou os sociais-democratas do governo. Foram as primeiras eleições para o Parlamento Europeu realizadas na Hungria, país que ingressou na União Européia no último dia 1º de maio.

Segundo uma pesquida divulgada pela televisão pública húngara depois do fechamento das urnas às 16:00 (Brasília), a FiDeSz obterá 46 por cento dos votos e um total de 12 cadeiras.

Por sua vez, Partido Social-Democrata (MSZP), o governo, do primeiro-ministro, Peter Medgyessy, alcançará 38 por cento dos votos e um total de 10 cadeiras.

Em Malta, o opositor Partido Trabalhista foi o ganhador, com 48 por cento. As pesquisas situam o grupo de oposição à frente do Partido Nacionalista do primeiro-ministro Lawrence Gonzi, que recebeu 41 por cento.

Na Eslovênia, as forças governamentais e conservadoras se impuseram nas primeiras eleições ao Parlamento Europeu celebradas na pequena república ex-iugoslava.

Em Luxemburgo, os primeiros resultados parciais das eleições legislativas em Luxemburgo, com 8,2 por cento dos votos apurados, confirmam a vitória do partido social-cristão CSV do primeiro-ministro luxemburguês Jean-Claude Juncker, que recebeu 37,79 por cento dos votos, seguido por seu aliado, o liberal Partido Democrático "DP" (20,04 por cento).