Chefe da UE não encontra mensagens trocadas com CEO da Pfizer
A Comissão Europeia disse que não conseguiu localizar mensagens de texto enviadas entre sua presidente, Ursula von der Leyen, e o CEO da Pfizer, Albert Bourla, durante as negociações para um grande acordo de vacinas, no ano passado, mas negou acusações de “má administração” de um órgão de fiscalização da UE.
A comissão emitiu uma carta na quarta-feira afirmando que uma busca ampliada pelas mensagens desaparecidas “não produziu nenhum resultado”, após meses de disputa entre o órgão executivo da UE e autoridades de supervisão. Argumentou que, devido à “natureza curta e efêmera” dos textos, eles normalmente “não contêm informações importantes” e, portanto, raramente são armazenados.
Enquanto von der Leyen revelou em uma entrevista em abril de 2021 que ela e Bourla se comunicaram em particular por várias semanas enquanto negociavam um contrato para quase 2 bilhões de doses de vacina.
O pedido de informação pública de um jornalista para os textos foi posteriormente rejeitado, com a comissão alegando que não conseguiu encontrar as mensagens em questão.
A negação desencadeou uma repreensão da ombudsman europeu, Emily O'Reilly, que deu seguimento a uma investigação no ano passado e criticou os funcionários da UE por má administração e falta de transparência, dizendo que “nenhuma tentativa foi feita para identificar se existiam mensagens de texto.” A ombudsman então instou a comissão a “pesquisar novamente”, pedindo-lhe para ampliar seus critérios de uma forma que pudesse realmente localizar os registros.
A comissão dobrou sua última resposta a O'Reilly, no entanto, insistindo que havia tratado o assunto adequadamente e fez todos os esforços para encontrar os textos. Reiterou que não registra material que não contenha “informações importantes” e que tais documentos “não são guardados e, consequentemente, não estão em poder da instituição”.
“A Comissão Europeia é de opinião que não tratou este pedido de 'maneira estreita' e que a busca e tratamento de documentos para efeitos de pedidos públicos de acesso a documentos... ", disse o comunicado.
O escritório do ombudsman, que publicou a carta da comissão na quarta-feira, declarou que a resposta era “problemática em vários pontos” e observou que uma “análise completa” do caso se seguiria nas próximas semanas.
A controvérsia sobre os textos ausentes não é a primeira disputa sobre a falta de transparência nas negociações de vacinas por parte da UE. A comissão foi processada em abril por vários eurodeputados, que alegaram que as negociações eram excessivamente secretas. Embora os contratos tenham sido publicados, eles foram fortemente redigidos de uma maneira que “tornou impossível entender o conteúdo dos acordos”, alegaram os legisladores, insistindo que o sigilo “não tem lugar em acordos públicos com empresas farmacêuticas”.
Fonte da matéria: RT Notícias
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