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500 anos da morte de Raffaello Sanzio, mestre do Renascimento

As aguardadas comemorações do aniversário de 500 anos da morte de Raffaello Sanzio, expoente da pintura renascentista, um dos maiores mestres da pintura italiana, acabam sendo ofuscadas pela crise do surto de coronavírus na Itália. A seguir, um pouco sobre a história e a obra do gênio que marcou para sempre a história da arte italiana e do mundo. 

Raffaello Sanzio (Urbino, 6 de abril de 1483 — Roma, 6 de abril de 1520), reverenciado como um dos maiores mestres da pintura e da arquitetura renascentista, morreu em 6 de abril de 1520, com apenas 37 anos. A morte do artista, segundo o também pintor e biógrafo Giorgio Vasari (1511-1574), ocorreu numa Sexta-feira Santa, após quinze dias de doença, iniciada com febre "contínua e aguda", causada por "excessos amorosos" e tratada desnecessariamente com sangria repetida.

Escola de Atenas (1509-1510), Palácio Apostólico, Vaticano

O seu desaparecimento, exatamente no dia do seu aniversário, foi recebido com pêsames emocionais de toda a corte papal, que o tinha como o “príncipe dos pintores”. Seu corpo foi sepultado no Panteão, como ele próprio havia solicitado. Mais tarde, seus restos mortais foram exumados e um molde de seu crânio ainda é exibido e preservado, em seu local de nascimento. 

Ressurreição de Cristo (1499–1502), Museu de Arte de São Paulo, São Paulo

Raffaello Sanzio nasceu em Urbino, na região de Marche, um dos centros mais importantes do Renascimento italiano, dos quais o legado arquitetônico ainda é totalmente preservado, sendo o seu centro histórico Patrimônio Mundial da UNESCO, desde 1998. 

A pregação de João Batista (1505), National Gallery, Londres

Filho de Giovanni Santi, poeta e pintor na corte de Urbino, Raffaello Sanzio recebeu de seu pai as primeiras lições de desenho e pintura. Segundo Vasari, já muito cedo o artista tornou-se aprendiz, no ateliê de Pietro Perugino (1446 – 1523), o maior expoente da pintura da Úmbria do século XV - informação que é posta em dúvida pela historiografia recente.  A mãe de Raffaello faleceu em 1491 e seu pai três anos depois, ficando ele órfão aos onze anos de idade.

O ponto culminante da arte cristã

Raffaello Sanzio é considerado “o culminar de toda a cultura artística ocidental e cristã”, segundo Rodolfo Papa, historiador de arte e presidente da Accademia Urbana delle Arti em Roma: "Raffaello é o modelo indiscutível há séculos de toda a arte sacra da Igreja, ele encarna o ideal de Artista cristã, que combina o estudo da realidade das coisas, o conhecimento antiquário da arte e a penetração espiritual dos textos do Evangelho”, afirma.

Virgem do pintassilgo (1505–1506), Galleria degli Uffizi, Florença

Em 1504, Raffaello encontra-se em Florença, onde permanece por quatro anos, aprofundando a grande lição dos mestres florentinos, sendo Florença o berço do período que mais tarde passa a ser definido como "Renascença".

São Jorge e o dragão (1503–1505) Museu do Louvre, Paris

Então, no final de 1508, ele transfere residência para Roma, convocado pelo Papa Júlio II para afrescar as Salas do Vaticano, que ele inicialmente teve que pintar com outros artistas, mas que depois lhe foram confiadas exclusivamente.

Auto-retrato (1505–1506), Galleria degli Uffizi, Florença

Em Roma, Raffaello Sanzio tornou-se um artista célebre, mimado pelos pontífices e por toda a sociedade romana.

PARA SABER MAIS

Veja aqui a lista completa de obras do artista

Raffaello - Il principe delle arti

Visita virtual à casa de Raffaello Sanzio

Exposição alusiva à data, na Scuderie del Quirinale