Ao que parece, nas redes sociais o crime compensa

A fábrica de documentos falsos nas redes sociais

Documentos falsos para entrar ilegalmente na Europa e se estabelecer clandestinamente no país escolhido são anunciados e vendidos no Facebook. Na plataforma, existem dezenas de páginas anunciando carteiras de identidade e de habilitação, assim como passaportes falsos. Basta ligar para o contato publicado nas postagens para obter o documento desejado. As informações são da revista online independente Il Primato Nazionale.

Os números de telefone são geralmente turcos, mas também existem números britânicos. A página "Raccolti degli Haraga 2020" , por exemplo, num post de 17 de outubro passado, dizia: "Para os nossos irmãos expatriados em países europeus e que residem ilegalmente: apresentamos documentos europeus para todas as nacionalidades (identidade e residência), carta de condução europeia, passaportes europeus para todas as nacionalidades europeias". As falsificações de documentos também reproduzem carteiras de identidade e carteiras de habilitação italianas.

"Documentos falsos da mais alta qualidade", anunciava a página do Facebook “Immigrati arabi in Europa”, já retirada do ar. Bastava clicar no número do WhatsApp indicado para obter passaportes, certificados de residência, bilhetes de identidade e cartas de condução, úteis para "trabalhar e viver em todos os países europeus, abrir conta à ordem em qualquer banco e registrar-se em escritórios comerciais e para acesso à distribuição de alimentos ".

A página do Facebook "Passaportes e cartões europeus não oficiais" publica vídeos diariamente onde os falsificadores são vistos no trabalho enquanto duplicam passaportes, carteiras de identidade e carteiras de motorista, e onde a qualidade do produto é demonstrada. Ao contrário das páginas anteriores, esta organização atende um número de telefone do Reino Unido.

Vídeos promocionais de desembarques e réplicas de documentos de identidade também encontram asilo na Itália. Em 21 de novembro, um imigrante tunisiano residente em Veneza, postou em seu canal no YouTube (52.200 inscritos) e em sua conta do Facebook o vídeo “Documentos falsos quase originais para viver na Europa”, que mostra como os documentos são falsificados. Na descrição, ele explica aos seus compatriotas os riscos de serem surpreendidos pelas polícias italianas com um documento falso.