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Comune de Val di Zoldo: Parem com o ataque dos brasileiros

Prefeito busca solução para o excesso de pedidos de cidadania iure sanguinis em comunes da Itália. Uma pesquisa estatística será realizada sobre o fenômeno que está colocando em crise os escritórios anagrafe.

O mesmo prefeito que em fevereiro do ano passado denunciou a existência de áreas inteiras da província de Belluno “à mercê” de cidadãos com dupla cidadania e que pequenos municípios possuíam mais residentes no exterior do que habitantes locais, busca agora uma solução em Roma para o que ele chama de “ataque dos brasileiros”.

O prefeito do comune de Val di Zoldo, Camillo De Pellegrin, esteve reunido com funcionários da imigração da ANCI (Associazione Nazionale Comuni Italiani), em busca de uma solução para o excesso de pedidos de cidadania italiana iure sanguinis, situação que vem afetando negativamente municípios italianos há alguns anos.

Montanhas de práticas

Em Roma, na última quarta-feira (13), Camillo De Pellegrin esteve reunido com dois funcionários do escritório de imigração da Associação Nacional dos Municípios Italianos (ANCI), com o objetivo de pedir a atenção e a ajuda da entidade, com relação ao fenômeno de registros de estrangeiros nos cartórios do país. 

Em Val di Zoldo, o escritório encarregado, liderado por Alina Maier que acompanhou o prefeito durante a reunião, está em situação de emergência constante, devido à dificuldade de concluir a documentação e de empilhar novos pedidos toda semana. "Estamos à procura de colaboração, por isso fomos a Roma - explicou De Pellegrin -, gostaríamos de indicações precisas para entender a difusão do fenômeno e, a partir desses dados, partir para recorrer ao governo".

Precisamos de regras

De Pellegrin quer saber quantos pedidos de inscrições iure sanguinis estão sendo apresentadas hoje nos cartórios italianos. Os dois funcionários da ANCI prometeram reunir os dados durante as próximas semanas e garantiram que irão prestar ajuda ao prefeito. "Com esses dados em mãos, podemos discutir com a política sobre a difícil situação em que os cartórios municipais estão hoje, na esperança de estudar uma lei capaz de limitar o processo", afirmou o prefeito.

"Hoje, não há disciplina - continua De Pellegrin - parece estranho, mas realmente não há limite de antiguidade da descendência que pode se beneficiar para obter a cidadania italiana. Nossos escritórios estão sobrecarregados com solicitações, a lei gostaria que a produção de documentação fosse feita dentro de 30 dias, mas isso, especialmente para pequenos municípios, é absolutamente impossível. E então, temos certeza de que queremos usar um funcionário para cada escritório neste trabalho?"

Sobre o assunto no ano passado, De Pellegrin criou um “ninho de vespas” que logo percorreu o país fazendo um rastreamento da situação, tratando sobre arquivos intermináveis nos cartórios e de agências brasileiras envolvidas na realização das práticas necessárias. (Com informações do jornal italiano Il Gazzettino)