Vaticano critica a guerra no Iraque na ONU
O Vaticano criticou a guerra no Iraque e denunciou o terrorismo durante a primeira intervenção pública da Santa Sé na Assembléia-Geral da ONU de acordo com uma nota divulgada hoje. "A posição da Igreja Católica sobre a ação militar no Iraque (...) é conhecida. Todo mundo pode ver que, com essa ação, não foi garantido um mundo mais seguro, nem no Iraque nem fora do país", afirmou o arcebispo Giovanni Lajolo, ministro das Relações Exteriores do Papa em pronunciamento para os embaixadores e representantes credenciados na ONU.
Trata-se da primeira intervenção de um representante da Santa Sé, entidade que tem o estatuto de Observador Permanente sem direito de voto. Em julho deste ano, os países da ONU aprovaram conceder ao Vaticano o direito de intervir publicamente na Assembléia-Geral e não apenas através de comunicados da imprensa como vinha fazendo durante muitos anos.
Em seu discurso, o representante do Papa qualificou o terrorismo de "fenômeno aberrante, absolutamente indigno do homem", que adquiriu "dimensões planetárias já que nenhum Estado pode pretender estar excluído". Para Lajolo é evidente que para proteger os cidadãos e as instituições é necessária "não uma política unilateral, mas um acordo multilateral".
O secretário para as Relações com os Estados - a designação oficial do cargo - abordou também o problema entre palestinos e israelenses, e fez um apelo para que as duas partes "rejeitem toda ação que mine a confiança". Pediu também para que se recorra "ao Mapa da Paz", o plano preparado pela comunidade internacional para resolver a crise no Oriente Médio. O prelado solicitou um maior controle internacional, "mais severo e eficaz" da produção e venda de armas, tanto convencionais como não-convencionais e reiterou que o Vaticano se opõe "sem ambigüidades" a toda forma de clonagem humana.
Em relação à reforma das Nações Unidas, tema que será abordado na próxima semana, Lajolo propôs atribuir "prerrogativas especiais" à ONU para que possa atuar para prevenir conflitos internacionais e intervir para desarmar um agressor, caso necessário.
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