Alberto Pasqualini: Um homem, uma refinaria
Por Victor José Faccioni*
Em junho passado, completou 51 anos da morte do Senador Alberto Pasqualini, que nascera em 23 de setembro de 1901 e foi ao longo de sua vida um proeminente político, teórico do trabalhismo, idealizador dos Bancos Estaduais, destacado professor de Direito, matemático e candidato ao Governo do Estado do RS.
Nascido em Ivorá, então distrito de Júlio de Castilhos, veio à Porto Alegre, e logo destacou-se, formando-se em Direito em 1929 e, já mostrando suas qualidades de tribuno, foi o orador da turma. Foi professor, sociólogo, ideólogo, doutrinador do trabalhismo e político destacado. Lutou na Revolução de 1930, sendo comissionado no posto de Major.
Jovem ainda, elegeu-se vereador em Porto Alegre, em 1934. No Governo Ernesto Dornelles, foi Secretário de Estado do Interior e Justiça, permitiu a circulação no RS do livro “Fronteira Agreste”, então proibido, e fez realizar um plebiscito em Caxias do Sul para resolver impasse entre as lideranças políticas locais a respeito da indicação do Prefeito.
Na eleição de 1947, na redemocratização do Brasil, seu partido perdeu as eleições para Governador, mas por outro lado, elegeu 23 dos 55 Deputados que compunham a Assembléia Legislativa. Tão atuante foi sua liderança que “se criou” a chamada “linha Pasqualini”, adotada pela maioria, e que era delineada pelas idéias expressas em seu livro “Diretrizes Fundamentais do Trabalhismo Brasileiro”. Entre estes Deputados estavam os então jovens políticos João Goulart e Leonel Brizola. Em 1952 João Goulart assumiu a Presidência do então PTB e pediu à Pasqualini que desse maior “substância doutrinária” ao Partido, missão que o consagrou e o tornou conhecido como o “teórico do trabalhismo”. Por seu destaque nacional, foi convidado para ser o candidato à vice-presidência na chapa de Juscelino Kubitscheck, cargo que acabou sendo ocupado por João Goulart.
Vítima de um derrame cerebral em 1956, Alberto Pasqualini, ficou paralisado até sua morte em 03 de junho de 1960. No dia de sua morte o Governador Leonel Brizola, fretou um avião, para levar uma delegação gaúcha de autoridades, políticos e familiares de Pasqualini, entre os quais foi o então Deputado Paulo Brossard e o irmão, jornalista Arlindo Pasqualini do Correio do Povo.
No momento eu Presidia a União Gaúcha dos Estudantes Secundários-UGES e Brizola nos convidou à fazer parte da delegação. Impedido, designei o Secretário Geral Luiz Carlos Sanfelice, para representar a Entidade, cuja presença no Rio de Janeiro foi destacada pela imprensa carioca, visto que, após Leonel Brizola e Fernando Ferrari discursarem à beira do túmulo de Pasqualini, o representante dos estudantes gaúchos, tomou a palavra e saudou o eminente professor e político numa justa homenagem.
Quando se pretendia instalar uma Refinaria de Petróleo em Minas Gerais, o Deputado Paulo Brossard, de posse de estudos feitos pelo Conselho Nacional do Petróleo, defendeu, veementemente, na tribuna, que essa Refinaria cujos estudos inicias haviam sido feitos por Pasqualini, deveria ser aqui no RS. O que, finalmente, aconteceu. E nada mais justo e merecido que nossa Refinaria levasse seu nome. Assim nasceu a REFAP-Refinaria Alberto Pasqualini, orgulho dos gaúchos, agora em ampla e moderna expansão. .
Victor José Faccioni - Conselheiro do Tribunal de Contas do RS
vjfaccioni@gmail.com
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