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Governo da Itália discrimina italianos residentes no Brasil

Morar em território brasileiro é sinônimo de persona non grata para o governo da Itália.

Conheça a história do italiano Stefano Calcara, natural de Roma, casado, consultor de empresas em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que por residir no Brasil está sendo impedido de visitar a família na Itália.

Mesmo cumprindo todas as exigências impostas pelo Ministério da Saúde italiano, tais como “vacinação completa” com os “imunizantes aceitos” e residência fixa para cumprir a “quarentena”, morar em território brasileiro tornou-se sinônimo de persona non grata para o governo da Itália. 

Acompanhe, a seguir, como funciona na Itália o governo de dois pesos e duas medidas, quando a questão da saúde é utilizada em prol de interesses políticos daqueles que querem se encastelar no poder.

Ciclicamente ouvimos falar muito sobre italianos no exterior, comunidades italianas no exterior, um bem precioso para a retomada do Made in Italy, a atenção das instituições aos italianos no exterior, etc. Belas palavras. Mas os fatos...

Sou de Roma e por acontecimentos vários moro no Brasil há cerca de vinte anos, em Porto Alegre. Também estive ativamente envolvido nas comunidades italianas, nas eleições dos Comites, etc. Após anos como gestor de multinacionais, dedico-me à consultoria para a internacionalização de empresas.

A propósito da Itália e da proximidade com a Itália, apresento minha história resumidamente. Eu queria (e ainda quero) ir para a Itália, o que achei ser meu direito como cidadão italiano. Eu havia planejado passar quarenta dias na Itália, na casa de minha família em Anzio, entre o final de junho e o início de agosto.

Em meados de junho entro em contato com a agência de viagens para solicitar a passagem e percebo que tenho que entrar no site do Ministério da Saúde para fazer o download de um formulário para obter a autorização de entrada.

Envio a solicitação para o endereço de e-mail indicado, justificando a viagem como uma reunião de família para visitar minha mãe, que é idosa em uma cadeira de rodas e com problemas de saúde. Não a vejo há quase três anos. Tendo enviado esta pergunta no dia 15 de junho, à noite, na manhã seguinte, recebo a resposta na qual me dizem que "não é possível, até o momento, emitir a autorização de entrada na Itália, a partir do Brasil".

Busco soluções alternativas e não consigo encontrá-las. Tento novamente no dia 23, pedindo uma revisão urgente da decisão como é de praxe com a administração pública italiana. Fui notificado de que o destinatário leu a mensagem, mas ainda não recebi a resposta.

O caso não se restringe a mim e à minha família. No Brasil, somos quase 500.000 cidadãos italianos que têm parentes, familiares e entes queridos na Itália. Para se ter uma ideia, lembro que a Alitalia na rota Brasil Itália, quando ainda estávamos viajando, fazia 10 voos por semana, todos sempre lotados. Hoje somos impedidos de viajar, excluídos de nossa pátria por decisão de duvidosa constitucionalidade. Como pode o acesso à Itália ser negado a um cidadão italiano? Nem mesmo na guerra era assim!

Não está claro para que servem os testes de PCR, a realizar no embarque e desembarque em Fiumicino. De que adianta indicar por onde passa a quarentena quando solicitado? Eu havia indicado minha casa em Anzio com endereço e telefone, então era rastreável e controlável. Qual é o sentido de ser vacinado se as vacinas nem mesmo são consideradas? Minha esposa e eu concluímos Oxford AstraZeneca e Pfizer, respectivamente.

Contatei uma pessoa que conhecia desde a minha militância no CTIM, o Comité Tricolor para a Itália no Mundo, do falecido Ministro Tremaglia. Vincenzo Acobelli, presidente do Comites de Houston e membro do CGIE, Conselho Geral para Italianos no Exterior. Ele enviou mensagem ao Secretário-Geral, copiando os três membros brasileiros do mesmo Conselho. Dos três, dois acreditam que as decisões do governo italiano estão corretas, enquanto um, o Dr. Cesare Villone, de Fortaleza, não. Ele levou meu caso a sério. O que, ele me disse, não diz respeito somente a mim, mas a centenas e centenas de italianos residentes no Brasil, que querem voltar para a Itália e são impedidos por esta decisão. A rede diplomática no Brasil está ciente disso?

Nós, italianos no exterior, não somos todos pessoas estúpidas e tola, como muitas vezes eles querem que sejamos. Não estamos sem notícias da Itália. Todos nos lembramos que no início da pandemia os governadores das regiões do norte pediram uma parada na chegada de voos da China para passageiros de qualquer nacionalidade. Eles foram acusados de racistas. Então vimos como tudo transcorreu.

Portanto, em um caso, o pedido para bloquear o acesso da China não pôde ser feito porque seria uma medida racista. Agora, porém, a entrada do Brasil pode ser bloqueada, sem que isso seja uma medida racista. Com a pequena diferença que aqui no Brasil vivemos em quase 500 mil italianos.

Também pelas notícias que chegam da Itália, vemos que milhares de imigrantes ilegais chegam em território italiano, vindo de países onde não há controle de saúde. E todos são aceitos. Portanto, são usados dois pesos e duas medidas. Acesso gratuito para imigrantes ilegais, para nós italianos é proibido entrar.

A atual medida do governo italiano pune e mortifica uma das mais numerosas comunidades italianas no exterior. No Brasil, estima-se que cerca de 25 milhões de pessoas tenham ascendência italiana. É uma medida discriminatória e vexatória. Infelizmente, nenhuma instituição italiana nos defende.

Stefano Calcara
Consultor empresarial
stefano.calcara@gmail.com

Ai cittadini italiani viene negato l'accesso in Italia

Sentiamo ciclicamente molto parlare di italiani all´estero, di comunitá italiane all'estero bene prezioso per la ripresa del Made in Italy, di attenzione delle istituzioni agli italiani ell´estero etc. Bellissime parole. Però i fatti...

Sono di Roma e per vicende varie vivo in Brasile da una ventina d'anni, a Porto Alegre. Mi sono anche occupato vivamente di comunità italiane, elezioni Comites etc. Dopo anni passati come maneger di multinazionali mi dedico a consulenze per internazionalizzazione di imprese. 

A proposito di Italia e di vicinanza con l'Italia le presento la mia storia in sintesi. Volevo (e tuttora voglio) andare in Italia, cosa che ritenevo fosse mio diritto come cittadino italiano. Mi ero programmato per passare quaranta giorni in Italia a casa della mia famiglia ad Anzio, fra fine Giugno e inizio Agosto.

A metà Giugno contatto l'agenzia viaggi per il biglietto e mi accorgo che devo entrare nel sito del Ministero della Salute per scaricare un formulario per ottenere l'approvazione all’entrata.  

Invio la richiesta all’ indirizzo email indicato giustificando il viaggio come ricongiungimento familiare per visitare mia mamma, anziana su sedia a rotelle e non in buone condizioni di salute. Da quasi tre anni che non la vedo.  Inviata questa domanda il 15 giugno sera il successivo 16 mattina ottengo la risposta nella quale mi si dice che   “non è possibile, ad oggi, rilasciare l'autorizzazione all'ingresso in Italia, dal Brasile.”

Cerco soluzioni alternative e non le trovo. Riprovo il 23  successivo chiedendo il riesame urgente della decisione come prassi con la pubblica amministrazione italiana.  Ho la notifica della lettura del messaggio da parte del destinatario ma non ho ancora ricevuto la risposta.

Il caso non é solo mio e della mia famiglia. In Brasile siamo quasi 500.000 cittadini italiani che abbiamo parenti, familiari e affetti in Italia. Per dare un´idea le rammento che l´Alitalia sulla  rotta Brasile Italia, quando ancora si viaggiava, aveva 10 voli alla settimana tutti sempre pieni. Oggi siamo impediti a viaggiare esclusi dalla nostra madrepatria con una decisione di dubbia costituzionalità. Come si puó negare l'accesso all'Italia a chi é cittadino italiano? Neanche in guerra era cosí! 

Non si capisce a cosa servano i test PCR da realizzare all'imbarco e allo sbarco a Fiumicino. A cosa serva indicare dove uno passi la quarantena quando richiesta. Io avevo indicato casa mia ad Anzio con indirizzo e telefono, ero quindi rintracciabile e controllabile. A cosa serve vaccinarsi se neanche i vaccini vengono presi in considerazione? Io e mia moglie abbiamo completato rispettivamente Oxford AstraZeneca e Pfizer. 

Ho interpellato una persona che conoscevo dai tempi della mia militanza con il CTIM, Comitato Tricolore per l´italia nel Mondo del compianto ministro Tremaglia. Vincenzo Acobelli presidente del Comites di Houston e membro del CGIE, Consiglio Generale gli Italiani all'Estero. Questi ha inviato un messaggio al Segretario Generale mettendo in copia i tre membri brasiliani dello stesso Consiglio. Dei tre, due ritengono che le decisioni del governo italiane siano giuste mentre uno, il Dr. Cesare Villone di Fortaleza non lo ritiene. Questi ha preso a cuore il mio caso. Che, mi ha detto, non é mio ma di centinaia e centinaia di italiani residenti in Brasile che voglioni tornare in Italia e sono impediti da questa  decisione. Ne é al corrente la rete diplomatica in Brasile?

Noi italiani all'estero non siamo tutti fessacchiotti e gonzi, come spesso ci vogliono fare passare. Non siamo privi di notizie dall'Italia. Ci ricordiamo tutti che all'inizio della pandemia i governatori delle regioni del nord chiesero lo stop all´arrivo dei voli dalla Cina, per passeggeri di qualsiasi nazionalitá. Vennero tacciati di razzisti. Poi abbiamo visto com'é andata.

Quindi in un caso, la richiesta di bloccare gli accessi dalla Cina, non si poteva perché sarebbe stata una mnisura razzista. Ora peró si possono bloccare le entrate dal Brasile, senzxa che sia misura razzista. Con la piccola differenza che qui in Brasile viviamo in quasi 500mila cittadini Italiani.

Sempre dalle notizie dall'Italia che ci giungono vediamo che in migliaia di clandestini arrivano in forma illegale in Italia da paesi nei quali non esiste alcun controllo sanitario. E vengono tutti accettati. Quindi si usano due pesi e due misure. Per i clandestini accesso libero, per noi italiani é vietata l'entrata.

L'attuale misura del governo italiano punisce e mortifica una delle più numerose comunitá italiane all'estero. In Brasile si calcola che circa 25 milioni di persone abbiano ascendenze italiane. È una misura discriminatoria e vessatoria. Purtroppo nessuna istituzione italiana ci difende.
 
Stefano Calcara
Consulente di impresa
stefano.calcara@gmail.com