Giorgia Meloni e Elon Musk Foto: Cattaneo Alberto/Fotogramma

Musk interveio para libertar jornalista italiana, diz NYT

Quando a jornalista italiana Cecilia Sala “foi presa no Irã em dezembro, seu namorado, Daniele Raineri, em casa temeu que ela pudesse permanecer na prisão por anos. Então, com rumores circulando de que o Irã e a Itália estavam negociando uma troca de prisioneiros envolvendo os Estados Unidos, ele decidiu tentar fazer chegar uma mensagem a alguém que pudesse ajudá-la. O nome dele era Elon Musk.” O relato foi publicado pelo New York Times, reconstruindo parte das negociações que levaram à libertação da jornalista italiana. As informações são do portal de notícias Agenzia Dire - www.dire.it 

Na coletiva de imprensa de final de ano, Giorgia Meloni disse que não sabia do possível papel de Musk na libertação de Sala: "Se ele teve um papel, não estou ciente disso". Mas, de acordo com o New York Times, Musk “teve uma reunião secreta com o embaixador iraniano nas Nações Unidas um mês antes da prisão do jornalista”.

Musk, continua o NYT, “ajudou a garantir a libertação de Sala ao contatar o embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Iravani, de acordo com dois responsáveis iranianos, um dos quais é um diplomata sénior do Ministério dos Negócios Estrangeiros, ambos cientes dos termos da a troca de prisioneiros.”

“Como o Sr. Musk, um ator cada vez mais ativo, embora não creditado, no cenário mundial desde a vitória de Trump, veio a abraçar a causa da jornalista ainda não está claro. Ele é próximo da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que viajou para Mar-a-Lago, a propriedade de Trump na Flórida, onde o Sr. Musk é um cliente regular, e se encontrou com o presidente eleito em 4 de janeiro.”

Meloni disse em uma entrevista coletiva na semana passada que a libertação da jornalista Cecilia Sala foi o resultado de um “complexo trabalho de triangulação diplomática com o Irã e, obviamente, também com os Estados Unidos da América”. Seu gabinete e o Ministério das Relações Exteriores da Itália se recusaram a comentar o artigo do New York Times.

“A ambiguidade”, continua o NYT, “destaca o papel incomum que Musk desempenhou ao se sentar ao lado do Sr. Trump, apoiando partidos de extrema direita na Europa enquanto continuava a promover seus interesses comerciais no exterior. A Itália, por exemplo, está atualmente explorando um possível acordo com a SpaceX. E Meloni tem sido uma das aliadas europeias sempre presentes de Musk, recebendo-o na conferência de seu partido em 2023 e participando de uma gala com ele em outubro passado.”

“Quando Meloni foi para Mar-a-Lago, o parceiro de Sala, Daniele Raineri, já havia buscado a ajuda de Musk por meio de um intermediário, disse ele. Em uma entrevista, Raineri disse que pensou nele porque havia lido que havia “um canal entre Musk e diplomatas iranianos, e que Musk também trabalha em estreita colaboração com Trump”.

Raineri disse que enviou uma mensagem em 29 de dezembro a um especialista em computadores italiano e sócio de Musk para perguntar se ele poderia levar o caso Sala à atenção do bilionário e pedir sua ajuda. O cientista da computação Andrea Stroppa disse em uma entrevista que Musk aceitou o pedido, mas que não sabia se ele estava envolvido no caso.

“Em novembro, algumas semanas antes da prisão de Sala, Musk recebeu o embaixador iraniano em sua residência em Manhattan por mais de uma hora para discutir maneiras de aliviar as tensões entre Teerã e Washington.”