Dinheiro em troca da autorização de residência
Uma operação da Polícia de Estado da Delegacia de Cuneo, conduzida pelo Ministério Público de Asti, foi realizada na zona de Cherasco, comuna italiana da região do Piemonte, província de Cuneo. No centro das investigações está uma cidadã italiana, proprietária de um patronato, acusada de apresentar documentos irregulares para a emissão de autorização de residência a albaneses, em troca de alta soma de dinheiro. A mulher foi colocada em prisão domiciliar.
O Patronato é um prestador de serviço vinculado a sindicatos e associações de trabalhadores para ajudar pessoas com documentação trabalhista e de imigração. A maioria dos serviços é subsidiada pelo Estado e gratuita, alguns recolhem alguma contribuição. As atividades do Patronato consistem em informação, assistência, aconselhamento e proteção de empregados, trabalhadores autônomos e aposentados, cidadãos italianos, estrangeiros e apátridas no território italiano.
As investigações tiveram início no mês de Julho, após investigações levadas a cabo pelo Serviço de Imigração, sobre numerosos pedidos de autorização de residência por motivos de reagrupamento laboral e familiar, encaminhados por cidadãos albaneses através de kits postais, dentro dos quais foram inseridos documentos não adequados para a obtenção de licenças.
As autoridades apuraram que a proprietária do patronato, na zona de Cuneo, tinha solicitado altas somas de dinheiro – de 1.500 a 3.500 euros - a cidadãos estrangeiros em troca de assistência na obtenção dos documentos necessários à regularização da situação em território italiano.
De acordo com as reconstruções iniciais, o patronato atuou como intermediário entre os imigrantes e a burocracia italiana, oferecendo um alegado “canal privilegiado” para a obtenção de autorizações de residências (permesso di soggiorno).
A partir do seu escritório, no centro da cidade, a senhora de 64 anos teria montado um sistema de “venda” de procedimentos de autorização de residência. Processos que terminaram com rejeição em poucos meses, porque desde o início os estrangeiros - quase todos albaneses, que entraram com vistos de turista - não atendiam aos requisitos necessários para a emissão do documento.
As autoridades apreenderam documentos e material informático da organização infratora, com o objetivo de reconstruir o número exato de casos envolvidos e identificar quaisquer outros cúmplices. A proprietária, se for condenada, poderá responder por crimes como auxílio e cumplicidade à imigração ilegal, fraude agravada e falsificação de documentos.
Com informações de Cuneo Dice.it – Leia aqui a matéria em italiano
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