Aliados de Berlusconi "apreciam" o gesto do primeiro-ministro
Os líderes da Aliança Nacional e da União dos Democratas-Cristãos (UDC), os aliados de Silvio Berlusconi que nos últimos dias tinham pressionado para a formação de um novo governo na Itália, mostraram nesta quarta-feira seu "apreço" pela decisão do primeiro-ministro de apresentar sua renúncia.
"Berlusconi se saiu bem, fez uma intervenção ótima e essencial, com uma forte referência ao valor da coalizão", disse o líder da AN e ministro de Exteriores, Gianfranco Fini, depois da intervenção do chefe do Executivo no Senado, onde oficializou o anúncio de sua renúncia.
Em seu discurso, Berlusconi destacou também o trabalho da aliança de centro-direita nos últimos quatro anos de governo e expressou sua intenção de retomar a coalizão para chegar até o fim da legislatura, em maio de 2006.
Por sua vez, o dirigente da UDC, Marco Follini, que na sexta-feira anunciou a retirada dos ministros de seu grupo no governo, assinalou que o discurso de Berlusconi foi "apreciável".
Na segunda-feira, renunciaram cinco ministros que a UDC tinha no gabinete, enquanto a AN ameaçou na terça-feira retirar os seus se Berlusconi não desse um giro visível em sua política.
A opção que ambos partidos colocavam era a que hoje o primeiro-ministro aceitou: sua renúncia para formar um novo governo presidido por ele.
Na raiz da crise estão os péssimos resultados obtidos pela coalizão governante nas eleições regionais de 3 e 4 de abril, nos quais sofreu uma derrota frente à oposição de centro-esquerda liderada por Romano Prodi.
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