Jornal de Berlusconi critica Giuliana Sgrena
O jornal italiano Il Giornale, de propriedade da família do chefe de Governo Silvio Berlusconi, criticou energicamente nesta quarta-feira a jornalista Giuliana Sgrena, seqüestrada no Iraque e ferida por disparos americanos depois de sua libertação.
Com o título "Pseudo-jornalismo", um editorial do jornal afirma que "além do dramático episódio de Giuliana Sgrena, está o triste espetáculo de um jornalismo que repudia sua missão, a de informar, a de contar o que acontece com objetividade".
A respeito das circunstâncias que causaram a morte do chefe dos serviços secretos italianos no Iraque, Nicola Calipari, o texto afirma que "alguém terá que se desculpar, certamente o jornalismo, ou melhor um tipo de jornalismo que autoproclama democrático, livre e independente".
Nicola Calipari morreu quando soldados americanos abriram fogo contra o veículo que levava Giuliana Sgrena ao aeroporto de Bagdá, ferindo a jornalista e outro agente italiano que dirigia o carro.
Giuliana Sgrena trabalha para o jornal de esquerda Il Manifesto, que sempre foi contrário à guerra no Iraque e à presença dos 3.000 militares italianos neste país.
Segundo o jornal Il Messaggero, que cita colaboradores de Berlusconi, o chefe de Governo, que discursará no Senado nesta quarta-feira sobre o assunto, pode criticar o "turismo ideológico daqueles que vão ao Iraque para confirmar sua própria ideologia".
"Os que praticam esse jornalismo colocam em risco sua vida e a de outros compatriotas. Além disso, voltam a seu país elogiando seus seqüestradores", escreve o jornal romano.
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