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Militares acusam Sgrena

Giuliana Sgrena está sendo acusada e insultada por seus comentários a respeito dos soldados norte-americanos, as análises dos disparos no posto de controle de Bagdá e também pelas teorias conspirativas segundo as quais, na verdade, o seqüestro da jornalista nunca aconteceu de fato.

Os blogs na Internet, nos quais os militares norte-americanos podem falar livremente encobertos pelo anonimato, estão em ebulição sobre o caso Sgrena-Calipari. "Acredito que esta senhora esteja fora de si porque o seu motorista cometeu um erro sério e por isso o carro foi alvejado", escrito no American Soldier (Soldado Norte-americano), um dos blogs mais visitados do Iraque, que mantém o anonimato.

"Ela teve sorte. Teria sido uma tragédia se estivesse morta. A verdade é que o seu veículo fez uma manobra agressiva enquanto se aproximava da patrulha dos Estados Unidos. Nós controlamos as estradas aqui por um motivo: ninguém gosta de ler que 2, 4, 6 soldados foram mortos por um Vbied", a sigla com a qual os militares identificam os carros-bomba suicidas.

"Fomos treinados para tomar decisões certas e seguir as regras", continua o American Soldier. "Não podemos ficar nos perguntando o dia todo 'e se...'. Estamos em zona de guerra e as pessoas morrem. Eu teria feito a mesma coisa naquela situação. É exatamente para isso que fui treinado".

Muitos outros militares, de serviço no Iraque ou que já voltaram para os EUA, falam nas mensagens nos blogs que a estrada para o aeroporto é muito perigosa e não escondem a sua raiva pela versão de Sgrena.

Outros, como os autores de um blog chamado "Jawa Report", há dias insistem que o seqüestro "é uma balela" e que Sgrena é cúmplice dos integrantes da Jihad.