UIL

Posto de controle que atacou italianos foi instalado para Negroponte

O posto de controle em Bagdá onde soldados americanos mataram um agente da inteligência italiano e feriram a jornalista recém-libertada foi instalado para assegurar a passagem do embaixador dos EUA no Iraque, John Negroponte, informou o canal CNN citando uma alta fonte militar.

O incidente da sexta-feira passada, na qual a jornalista Giuliana Sgrena foi atingida por disparos que mataram o agente secreto Nicola Calipari, deixou tensas as relações entre os Estados Unidos e a Itália e virou objeto de uma profunda investigação por parte do Departamento de Estado.

Os militares americanos disseram que os soldados sinalizaram de forma correta para o motorista do veículo que transportava a jornalista, acrescentando que ele estava a alta velocidade quando abriram fogo.

Sgrena negou que o carro estivesse correndo e denunciou que foi deliberadamente atacada porque os Estados Unidos foram contrários às negociações com seus seqüestradores, uma acusação que o Departamento de Estado classificou como "absurda".

A informação divulgada pela CNN foi questionada pela Sgrena numa entrevista à emissora de televisão.

"Não era um posto de controle. Não era um posto de controle porque não tinha um tanque na estrada. (...) Estava (o tanque) estacionado num acostamento do caminho. Não havia nenhuma indicação de que era um posto de controle".

Ao ser perguntada se acreditava que o ataque foi uma ação deliberada, Sgrena disse: "Não cabe a mim dizer que não era um emboscada, mas posso afirma que executaram a ação. (....) Terão que demonstrar que existiam razões válidas para fazer o que fizeram".

O jornal 'The Washington Times' citou nesta terça-feira um memorando interno do Pentágono que sustenta que as forças de segurança italianas tinham fracassado em passar as informações necessárias para o transporte seguro de Sgrena.